Ir além do material de origem é um imenso desafio para um programa de TV, mas até agora The Handmaid's Tale lidou com isso perfeitamente, os três primeiros episódios da segunda temporada são tão fortes quanto qualquer outro na temporada anterior, se não mais fortes.

O última episódio, Baggage, começa com June correndo pelo prédio do The Boston Globe, tentando manter sua mente e corpo ativos, mas começando a sentir-se tão claustrofóbica e confinada no prédio vazio quanto no quarto dos Waterford.

A organização anti-Gilead não é necessariamente amigável com June ou com as aias, o showrunner Bruce Miller já falou sobre isso e que seria trabalhado na segunda temporada, nesta semana começamos a ver essa situação, enquanto June luta para lidar com os desafios de seu resgate. Deixou o The Boston Globe e de repente é informada que o novo esconderijo está comprometido, um homem finalmente tem pena dela e a leva para sua própria casa, para a frustração de sua esposa (convenhamos, isso representa um enorme risco para a sua família). Isso leva a talvez a cena mais poderosa do episódio, onde June descobre um Alcorão escondido sob o colchão do casal. Enquanto a nação discutia e lutava entre si por diferentes credos, o simples direito de expressá-la é agora a coisa mais simples e bela para June, que agarra o livro sagrado e põe um tapete de oração.

A mãe de June (interpretada pela sempre excelente Cherry Jones) é o foco do flashback desta semana, uma feminista dura que está de fato desapontada com a abordagem mais moderada de sua filha e a decisão de se juntar com um homem e se casar enquanto a nação cai aos pedaços. Soubemos que a recalcitrância de sua mãe levou-a a ser levada para as Colônias, e essas lembranças do espírito duro de sua mãe obriga June a agir em vez de continuar esperando pelo regresso do homem para salvá-la.

"Eu esperei antes [da guerra]", diz ela. "Eu pensei que as coisas poderiam estar bem. Eu jurei que nunca faria isso novamente."

Desoladoramente, isso prova ser uma decisão precipitada, June consegue chegar a um avião rebelde com destino ao Canadá, até ser abatido antes da decolagem com June e outro clandestino serem arrastados para longe. Novamente. Ela agora enfrenta a perspectiva de voltar à estaca zero, a única coisa que a impede de ser executada é ter a criança crescendo dentro dela. 

Baggage foi um episódio quase inteiramente centrado em June, embora tenhamos cenas com Moira também. Em um breve sub-enredo, Moira desfruta de um encontro sexual com outra mulher no banheiro de um clube, mas não se deixa levar pelo prazer, talvez temendo que ainda esteja mentalmente com muito medo do orgasmo ou de ser tocada. Ela fala seu nome de Jezebels, Ruby.

Texto escrito para The Handmaid's Tale Brasil, reviews sempre as quartas, mesmo dia da entrada do episódio no catálogo do Hulu. Então, você percebeu algo que não está esclarecido aqui nessa review? Tem algo a acrescentar? Comente abaixo sua opinião sobre o episódio.