Muitos fãs de The Handmaids Tale ainda estão confusos sobre o que aconteceu com Emily/Ofglen (Alexis Bledel) quando ela foi capturada pelo governo de Gilead.

O terceiro episódio da primeira temporada chocou os espectadores de todo o mundo. Quando o governo descobriu que Ofglen era homosexual, ela foi rotulada de "traidora do gênero" e destinada a receber pena de Redenção, uma espécie de mutilação genital.

A pena em que Emily passou foi a mutilação genital feminina, também conhecida por circuncisão feminina, que é a remoção de parte ou de todos os órgãos sexuais externos femininos, mas que no caso de Emily foi retirado apenas o clítoris para ela não sentir mais prazer em atos sexuais. Como se em Gilead ela pudesse sentir algo além de medo e sofrimento.

A operação é geralmente executada por um circuncisador tradicional com a utilização de uma lâmina de corte, com ou sem anestesia, não é fácil de acreditar, mas essa operação cirúrgica é comum no mundo real em 27 países africanos, Indonésia, Iémen e no Curdistão iraquiano, sendo também praticada em vários outros locais na Ásia, no Médio Oriente e em comunidades expatriadas em todo o mundo. Mais de metade dos casos documentados pela Unicef concentram-se em apenas 3 países (Indonésia, Egito e Etiópia). 



Segundo a BMJ, a mutilação genital feminina prejudica a saúde física e emocional das mulheres ao longo de suas vidas e não tem benefícios para a saúde conhecidos. As complicações a curto ou longo prazo dependem do tipo de cirurgia, se os praticantes tiveram treinamento médico e se usaram antibióticos e instrumentos cirúrgicos esterilizados ou de uso único. 

"Eu sei que isso é um choque para você, Emily", disse Tia Lydia a Emily, depois de acordar da cirurgia. "Você ainda pode ter filhos, é claro, mas as coisas serão muito mais fáceis para você agora."

Este castigo cruel foi uma adaptação para a série de TV e não aconteceu no romance de 1985 The Handmaid's Tale, de Margaret Atwood. No livro, Ofglen comete suicídio para impedir que Gilead a torture para pegar informações sobre membros da Resistência e do Mayday.

Mas na série, as circunstâncias de Ofglen são diferentes. Apesar de ter seu espírito esmagado e seu corpo mutilado, ela permanece firme em sua convicção de que ela tem que resistir à tirania de Gilead.

"Veja todos os direitos que temos. Uma das maneiras de reconhecer isso é tirá-los de nós." Disse Bruce Miller, o showrunner da série.

Bruce Miller falou em 2017 sobre as mudanças feitas na personagem de Ofglen para a versão de streaming do livro. "Ela está na história e ela simplesmente desaparece", disse ele ao The Hollywood Reporter sobre a personagem do livro. 

Mas Miller disse que estava interessado em ver como seria uma mulher passar pelo sistema de justiça de Gilead. Miller também revelou que o nome verdadeiro de Ofglen, Emily, foi inspirado pela romancista inglesa Emily Bronte.

Saiba mais dados reais de mutilação genital feminina no site da Unicef