A segunda temporada de The Handmaid's Tale estreia com um episódio totalmente centrado no tratamento das aias depois de terem se negado a apedrejar Janine como pena por ela ter colocado o bebê de seu comandante em perigo. Se não bastasse uma primeira temporada repleta de castigos às aias, nesse novo ano a coisa só piora para as mulheres procriadoras de Gilead.

A última cena que vimos no final da temporada anterior foi June sendo levada da casa dos Waterford, o grande mistério era para onde, já que Nick parecia ter conhecimento do caso. Ao chegar no destino, a aia percebe que não está sozinha, centenas de aias juntas em uma espécie de estádio, agora abandonado por Gilead. 

O local nada mais é do que um castigo de Gilead para torturar as aias. June, junto com as outras mulheres, é levada a um palanque, onde centenas de forcas estão penduradas. Quando o telespectador fica totalmente assustado com as aias, inclusive June, prestes a serem enforcadas, as forcas abrem e Tia Lydia aparece para o discurso bíblico.

O castigo continua em outro local, as aias são obrigadas a segurarem pedras e a se redimirem por não terem julgado Janine. Até que o momento é interrompido pela notícia de que June está grávida. Rapidamente Tia Lydia a leva para dentro, enquanto que ela mostra resistência não querendo comer. Gilead mais uma vez mostra sua crueldade, uma aia grávida, por ser rebelde, amarrada por correntes em uma sala escura. Ainda, na frente de todas as mulheres, uma aia, a Ofrobert, tem sua mão queimada pela Tia Lydia.

Tia Lydia essa que vinha demostrando seu lado mais afetuoso no final da primeira temporada, com carinho especial a June e Janine. O que Tia Lydia continua a demonstrar nessa temporada é a extrema violência com que trata as aias para passar seus ensinamentos, mas com um aparente descontentamento com o que vem fazendo. 

Mas o episódio não é apenas composto por tortura e escuridão. A exemplo da primeira temporada, aqui temos mais flashbacks do tempo anterior a Gilead, quando June, Hannah e Luke ainda eram felizes juntos. A evolução do preconceito e em manter as mulheres submissas é evidenciado com a enfermeira que cuidou de Hannah por estar com febre, sugerir a June que parasse de trabalhar e ficasse em casa apenas cuidando da filha. Ainda mais quando June recebe a receita dos anticoncepcionais e precisa da assinatura de Luke para validá-la. Era Gilead dando seus primeiros passos. Mas voltando a tortura, o episódio nos mostra o que levou a destruição do governo dos Estados Unidos. Vemos a família de Luke em seu humilde apartamento vendo a explosão da Casa Branca por atentados a bomba.

Vale lembrar que a temporada, como um todo, terá enfoque no que levou a destruição dos Estados Unidos e a posterior criação de Gilead.

June, agora grávida, é levada para fazer exames e é acompanhada pelo Comandante Waterford e por Serena. Vendo o bebê na barriga da aia, o casal fica feliz, logo depois de Serena ameaçar June, já que ela detém poder sobre a filha Hannah. Depois de todos saírem, há um rosto familiar no quarto, após os cumprimentos Gileadenses, ele a chama pelo nome, "Vá com Deus, June", o que é proibido em Gilead. O homem sai pelos fundos, relutante, a aia segue as pistas deixadas por ele depois de ter encontrado uma chave na bota, deixada pelo rosto amigo.

Ela chega a um caminhão de carne, quase congelando é levada escondida a um refúgio. Finalmente ali reencontra Nick, que foi responsável por organizar a fuga arriscada da "proteção" de Lydia. No local parece que June realmente se dá por conta que sim, está livre! (ao menos por enquanto). Ela ainda teve que trocar de roupa, aliás, colocar fogo no traje de aia foi algo importantíssimo para o primeiro passo em se libertar de Gilead. 

Mais uma cena chocante foi a retirada do rastreador que ela tem na orelha, todas as aias possuem esse chip, que só é removível com o corte da orelha, o que June fez. De volta a casa dos Waterford, a tensão toma conta do casal depois de descobrirem o paradeiro de sua aia com o bebê prometido. Serena se preocupa com uma sociedade que ajudou a criar para receber um filho e que agora está retirando de seus braços.

Por final temos a fala de June que sugere o nome do episódio: "My name is June, I am free!".

Texto escrito para The Handmaid's Tale Brasil, reviews sempre as quartas, mesmo dia da entrada do episódio no catálogo do Hulu. Então, você percebeu algo que não está esclarecido aqui nessa review? Tem algo a acrescentar? Comente abaixo sua opinião sobre o episódio.