"Sua música ajuda para que as raízes da cultura do estupro se estendam”. Foi assim que a paraibana Yasmin Formiga começou uma manifestação nas redes sociais contra o funk “Só surubinha de leve”, de Mc Diguinho. Segundo a estudante de Artes Visuais, de 20 anos, a música faz apologia ao estupro.

Ela escolheu a arte como forma de protesto e a publicação feita na segunda-feira (15) já atingiu mais de 30 mil curtidas e mais de 123 mil compartilhamentos. “Eu quero dar um basta”, declarou. O clipe da música foi lançado às 21h desta quarta (17), em meio às polêmicas.

A foto publicada nas redes sociais mostra o trecho “taca a bebida, depois taca a pica e abandona na rua” e o rosto da jovem pintado para simular uma agressão. De acordo com a estudante, que primeiro compartilhou apenas a letra da música, questionando apologia à cultura do estupro, é preciso se posicionar diante dessas situações. “Como é que as pessoas vão ouvir uma coisa dessa e não fazer nada? Só vai ajudar com que cresça mais [a violência]”, explicou.

Como outras manifestações que também circularam nas redes sociais, Yasmin queria que as pessoas fizessem o mesmo que ela quando viu a letra da música pela primeira vez: refletissem. “Outras músicas também fazem apologia à violência contra a mulher e isso pode naturalizar”, alertou.

MC Diguinho lançou uma versão de "Só surubinha de leve" no Soundcloud em 6 de setembro de 2017, que conta até agora com 886 mil reproduções. Além disso, nesta quarta-feira (17), a música apareceu em primeiro lugar na lista "Brazil Viral 50", do Spotify, à frente de "Joga bunda", de Aretuza Lovi, Pabllo Vittar e Gloria Groove, e "Que tiro foi esse", de Jojo Todynho.

O Deezer já removeu a música do serviço, enquanto que o Spotify já confirmou a retirada da polêmica música do catálogo.