O ator britânico de 34 anos é mais frequentemente reconhecido por seu papel como Nick Blaine, o motorista (agora Comandante) em The Handmaid's Tale. Mas muito antes dele estar atuando nos dois lados no movimento da resistência de Gilead, ele interpretou um aluno prejudicado em A Rede Social; um assessor de imprensa em Idos de Março e o irmão de Danny na série, também do Hulu, The Mindy Project.

Em uma entrevista para a Esquire, o ator forneceu sua visão sobre o personagem da série e o quão difere dele. "Ele não é tão detalhado quanto eu, divago muito... Além disso, não sou tão mal-humorado quanto Nick é o tempo todo, porque Nick está obviamente vivendo em um mundo muito duplicado e em um ambiente extremamente obscuro. Estou morando em Silver Lake." E mesmo no mundo de Gilead, Minghella não é sobrecarregado pelos cenários e temas do programa.

"Nick representa uma fuga, não apenas para a personagem de June, mas também para o público - um pouco de folga não apenas das coisas mais pesadas, mas também do intelectualismo. O que eu amo em fazer esse papel é o romantismo dele. É isso que eu gosto de ver. Lizzie [Elisabeth Moss] e eu brincamos porque nós dois amamos Cinquenta Tons [de Cinza] e Crepúsculo, e eu sempre sinto que esse é o filme em que estou, enquanto todo mundo está em um filme mais sério e adulto."

Desde a primeira conversa que Minghella teve com o criador da série, Bruce Miller, o foco sempre esteve em contar histórias, em criar um bom programa que o deixe desesperado para sintonizar na próxima semana. Minghella não considera como precioso seu próprio personagem. "Meu cérebro de diretor entra em ação e estou muito mais interessado no que é melhor para a história geral do que em proteger sua emocionalidade. Ele é dispensável."

Na terceira temporada, cenas do personagem foram cortadas da edição final, muitos fãs discordaram. A série tem seguidores leais, muitos dos quais a veem como um aviso severo e aterrorizante sobre a direção que o mundo está tomando. Outros vêem isso puramente como escapismo de ficção científica e não fazem uma correlação com a política atual - apesar de diálogos sobre "construir um muro", "imigrantes ilegais" e saudações a torturadores do Regime Militar.

Perguntado sobre o que poderia tornar as comparações inegáveis, Max Minghella foi cauteloso: "Roupas vermelhas", evitando as conversas políticas que cercam a série.

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"Eu acho que The Handmaid's Tale injustamente é puxada para isso e se torna quase como um carro-chefe do liberalismo. Eu não acho que isso seja exatamente sobre o que se propôs. Estou orgulhoso do fato de estar do lado certo da conversa. Mas sou alérgico ao ativismo no cinema. Acho que agora estamos em um lugar onde, e isso não é sobre The Handmaid's Tale, mas com outro trabalho, onde está quase sendo abraçado ou comemorado. O cinema didático, fui criado para acreditar, era o oposto de uma boa narrativa."

A entrevista revela que se Minghella soubesse que The Handmaid's Tale duraria mais de três anos, deixando-o habitar o mesmo personagem por inúmeras temporadas, ele nunca teria aceitado o papel. Esse tipo de compromisso teria lhe dado um ataque de pânico. Agora, felizmente sua atitude mudou. Ele ama seu papel e continuará como Nick enquanto ele sobreviver. Essa mudança de atitude vem de um ambiente de trabalho feliz, onde todos se dão bem e não há "ovos ruins".

Confira as fotos do ensaio (Michael Schwartz/Esquire):