Desde que The Handmaid's Tale começou a levar seu alcance para além do livro de Margaret Atwood, o mundo nefasto de Gilead se tornou cada vez mais amplo e ameaçador. Isso inclui novos personagens, além de novos locais, como as temidas Colônias. A segunda temporada nos apresentou Bradley Whitford como o Comandante Joseph Lawrence, o enigmático arquiteto de Gilead que libera Emily da temida Cerimônia e finalmente a ajuda a escapar para a liberdade até o Canadá.

Nessa terceira temporada, June é designada à Lawrence depois da mansão Waterford ser incendiada por Serena. Ela espera um aliado, mas em vez disso ganha um adversário à altura e mutante. A primeira temporada lidou com heróis e vilões identificáveis, já Lawrence é governado pela moralidade esfumaçada.

"Esse cara é absolutamente fascinante, precisamente porque ele está tão cheio de contradições", disse Whitford em entrevista ao Mashable. "Em uma série menor, seria muito mais claro. Seria um cara que teve uma epifania e está do lado bom agora, mas esse cara [Lawrence] é muito mais complicado do que isso."

Sim, esse é o cara que envia Emily para a liberdade, que permite que Martas operem uma resistência clandestina dentro de sua própria casa, mas que se envolve em sua própria marca sádica e auto-divertida de misoginia. Ele trata a Marta morta em seu porão como uma sujeira que precisa ser limpada e culpa a incompetência de June por isso.

"O estado ativo deste personagem é a briga. É a sua humanidade espiando", diz Whitford. "Acho que ele fica com medo, fica muito defensivo às vezes, ele entende que o que fez causou uma tremenda dor, mas acho que há uma ênfase pragmática em seu cérebro que diz: 'Sim, isso é uma terapia'. É horrível, mas vai te salvar."

O que Lawrence construiu, especificamente, são Colônias, um horror que testemunhamos em primeira mão através de Emily na segunda temporada. Whitford compara Lawrence a Robert McNamara, uma das mentes por trás da Guerra do Vietnã. Ele lida com utilidade - ou inutilidade - de uma pessoa para um coletivo, a pior coisa que se pode pensar e dizer sobre uma pessoa é o que ele diz a June: "Você é inútil". A última coisa que precisamos é ver esse homem mexendo seu chá, com uma mansidão simplesmente irritante.

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Como Fred Waterford, Lawrence é perversamente atraído por mulheres corajosas e desafiadoras, mas Lawrence parece ainda mais atraído pelo desafio, não entrando no jogo de June tão facilmente quanto Fred.

Whitford e Moss colocam suas habilidades de atuação nuas em uma cena em que Lawrence, evitando uma discussão borbulhante com os outros comandantes, pede a June que pegue um livro na prateleira. Como mulheres são proibidas de ler em Gilead, June não consegue nem parecer que encontrou o livro antes de Lawrence explicitamente direcioná-la para ele. Ele quase desenha, provocando-a, forçando-a a fingir ignorância, embora toda a sala saiba que ela consegue ler. É um jogo de poder impressionante e um aviso de Lawrence, Waterford já nos disse "[Lawrence] não gosta de ser chateado".

"[Ele] está testando ela, o que eu acho que em sua mente está servindo a um propósito maior do que simplesmente humilhá-la", diz Whitford. "O que vem como crueldade, acho que ele vê um certo propósito nisso, embora seja difícil de distinguir porque claramente ele tem essa condescendência misógina horrível."

A dança delicada entre espinhos de June e Lawrence, diz Whitford, é central para as jornadas de ambos os personagens e possíveis vitórias na terceira temporada. "É impressionante atuar nessas cenas com ela porque você percebe... Ninguém entende ele. Ninguém o vê. Ela faz isso. Isso que é impressionante, uma forma de extrema intimidade que não é romântica ou sexual, mas... ela é capaz de desafiá-lo de uma forma que acho que ele não saberá como lidar."

"Eu não acho que ele sabe onde está se metendo, não sei. Não acho que ele saiba o quão corajosa ela quer ser.". Nem bom, nem mal, Lawrence é uma peça importante para June na terceira temporada.