The Handmaid's Tale, tanto ao ler o livro, quanto ao ver a série, nos apresenta Gilead, uma sociedade totalitária que se instala sob os Estados Unidos com a prorrogativa de solucionar o problema da infertilidade.

A obra The Handmaid's Tale é tão presente e importante desde 1985 não apenas por apresentar uma sociedade complexa que abusa de algumas mulheres em benefício de outras em uma situação problema, mas sim por mostrar que Gilead surgiu de um grupo extremista, que usou da prorrogativa do problema para colocar seus ideias e suas próprias vontades em prática.

O passar do drama da série mostra que nem os criadores de Gilead, como o Comandante Fred e o Comandante Warren, acreditam no que implantaram, Fred quebra suas próprias regras várias vezes se aproximando de June, Warren Putnam com Janine.

A compulsão por terem filhos é uma das maiores motivações para a situação que as Esposas aceitaram se impôr. Mesmo assim, Serena é uma das mulheres que defendia aquele pensamento de não sei quantos séculos passados, onde "lugar de mulher é em casa cuidando do marido e dos filhos", antes de Gilead, ela lança o livro "A Woman's Place" defendendo essa ideia, inclusive. Sendo assim, Esposas, mesmo sendo as beneficiadas por Gilead, se tornam presas de sua própria vontade. 

É bom lembrar que Serena escolhe ficar quando lhe foi oferecida a possibilidade de fuga e tratamento contra a infertilidade, ela ajuda a fortalecer a prisão em que é mantida. Mesmo assim, não devemos esquecer dos Comandantes, os únicos que tem quase que nenhuma privação, mas continuam transgredindo em benefício próprio os ideias moralistas que ajudaram a criar.