Já explicamos o porque da atitude de Emily no segundo episódio da segunda temporada neste matéria, mas o assunto merece mais atenção. Na nova temporada de The Handmaid's Tale, não temos que esperar muito para descobrir que a personagem de Alexis Bledel, Emily/Ofglen, foi banida para as Colônias com o resto das "unwomen/não-mulheres". O desgaste no rosto de Emily a deixa quase irreconhecível, mas ela parece ter criado um lugar para si mesma como enfermeira não oficial do acampamento, ajudando as mulheres que sofrem com os efeitos da exposição à radiação. Nós também temos um vislumbre de sua vida antes de se tornar uma aia. Outrora uma respeitada professora universitária de biologia celular, Emily perde a família depois de ser rotulada de "traidora de gênero" por ser gay na revolta dos extremistas religiosos. Aprendemos que, como os outros, ela sofreu uma grande perda, humilhação e injustiça. Sua história é sem dúvida a mais devastadora de todas, já que a punição é algo que ela não pode mudar.

A personagem de Emily é colocada à prova quando uma esposa, interpretada por Marisa Tomei, é deixada nas Colônias em um ônibus escolar, despojada da estimada estatura de Gilead. Como ela ainda está vestida com um vestido verde esmeralda, vemos que esposas, ou amantes, não são intocáveis ​​nesta sociedade e também podem ser banidas para as terríveis Colônias. Os outros, muitos dos quais provavelmente foram enviados para lá por causa de mulheres como ela, tratam-na com desprezo na chegada. Vemos que, neste deserto, qualquer mulher que acabar lá tem que lutar por suas vidas como prisioneiras de suas próprias consequências.


Enquanto a personagem de Tomei é evitada pelas outras mulheres, Emily brevemente faz amizade com ela, oferecendo conselhos para ajudar a se adaptar à miséria de sua nova vida. A esposa é rápida em confiar nela, desesperada por ajuda em uma mudança óbvia da posição de poder que ela exercia sobre mulheres como Emily. Agora está claro que, sem símbolos de status, aqueles que uma vez governaram os desamparados, agora estão desamparados. Isso até que ela toma o remédio que Emily lhe dá para ajudar com a E.coli da água, que na verdade é um veneno letal, e acaba percebendo que Emily nunca foi sua aliada. Poderia ter sido essa a chance de Emily buscar vingança tanto para ela quanto para as mulheres da Colônia além dela?

Quando a esposa é encontrada morta no dia seguinte, Emily olha, quase sem expressão. Neste momento é possível que isso não foi simplesmente um ato de vingança, mas o início de uma revolta, a Resistência. Uma maneira de traçar uma linha entre aqueles que criaram este mundo e aqueles que foram forçados a isso. Pregando a esposa em uma cruz com seu vestido verde, ela diz aos guardas e tias que qualquer um que fosse complacente na construção desta sociedade um dia sofrerá consequências e que nem mesmo seu Deus pode salvá-los.

Isso tudo nos faz pensar que Emily ainda pode ter conexões com a Resistência e o Mayday que vimos na primeira temporada. Isso também poderia explicar como ela conseguiu obter suprimentos médicos para ajudar as outras mulheres. Se Emily é capaz de manter a comunicação com este grupo clandestino e fazer um jogo de poder dentro da Colônia, Gilead pode não ter tanto controle quanto aparenta ter. Talvez a segunda temporada seja o começo do momento #TimesUp de Gilead, no qual vemos mulheres oprimidas se levantando e restaurando poder e equilíbrio para a sociedade.