Língua Nativa finalmente ganhou lançamento no Brasil, o livro chega em português e em capa dura pela Editora Aleph. Publicado originalmente como Native Tongue pela autora Suzette Haden Elgin, foi escrito em 1984, quase no mesmo ano de O Conto da Aia, de 1985.

O primeiro volume da série Língua Nativa foi publicado em 1984, se tornando contemporâneo de obras como o nosso querido O Conto da Aia, de Margaret Atwood, e de outras autoras que questionaram os papeis de gênero na sociedade durante os anos 1980, inspiradas pela Segunda Onda Feminista e pelo clássico The Female Man, de Joana Russ. Assim como a obra mais famosa de Atwood, Língua Nativa discute a perda de direitos básicos das mulheres e como a sociedade responde a isso. A obra também toca em pontos comuns às narrativas de Ursula Le Guin, como o clássico A Mão Esquerda da Escuridão.

Na distopia feminista de Suzette Haden Elgin, Língua Nativa, a humanidade desenvolve formas de se comunicar com povos alienígenas e enriquece muito com isso - enquanto retrocede em relação aos direitos femininos conquistados ao longo do século XX.

Em 2205, mulheres são consideradas propriedade de seus pais ou maridos, e apenas uma revolução pode mudar esse cenário de horror. É isso que planejam as linguistas da trama: ao desenvolverem um idioma alienígena secreto, exclusivo para mulheres e centrado no feminino como ponto de partida da língua, as personagens da obra de Elgin se lançam em uma jornada transformadora de uma realidade bastante sombria - e com paralelos incômodos com o mundo de hoje. 

Assim como alguns dos personagens que conhecemos em Língua Nativa, Elgin teve uma longa carreira como linguista. A língua Láadan, que é falada exclusivamente por mulheres dentro da trama, começou a ser desenvolvida em 1982, como um experimento social, e realmente pode ser usada no mundo real - seu dicionário e gramática próprios foram publicados em 1985, um ano depois do lançamento de Língua Nativa. A autora americana desejava provar que a língua falada por um indivíduo influencia profundamente sua visão de mundo, e esse é um dos grandes temas de Língua Nativa, que reflete sobre as limitações da língua inglesa na representação de vivências femininas. Elgin teria criado o Láadan também como uma resposta ao Klingon, de Star Trek, que é considerado um idioma de referência masculino. 

Em O Conto da Aia as mulheres férteis são submetidas a aias, a fim de conceberem filhos para Comandantes e Esposas, não podendo mais ler e tendo seus corpos cobertos por tecido da cabeça aos pés. Língua Nativa retrata uma distopia onde mulheres perdem direito ao voto e à participação política, com apenas mulheres que possam servir aos homens sendo consideradas úteis. Os dois livros se tratam de um futuro distópico, onde mulheres não possuem poder.

A virada de chave é parecida nas duas obras. Em Língua Nativa, um grupo de mulheres desenvolve uma linguagem própria para resistir à opressão feminina, já em O Conto da Aia, de forma mais presente na série de TV, surge o Mayday, movimento que resiste e resgata pessoas do regime impiedoso de Gilead.

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