Margaret Atwood, a escritora de O Conto da Aia, usou o Twitter ontem (6) para expressar apoio aos transgêneros, abordando indiretamente as declarações de J.K. Rowling, consideradas preconceituosas por muitos.
A autora linkou um artigo da revista Scientific American sobre sexo e gênero: "Um pouco de ciência aqui. A biologia não lida com compartimentos separados, como masculino ou feminino. Todos nós fazemos parte de uma curva. Respeitem isso! Deliciem-se com a infinita variedade da natureza!".
Some science here: "When Sex and Gender Collide." https://t.co/oOxAsEWJm8 #TransGenderWomen Biology doesn't deal in sealed Either/Or compartments.— Margaret E. Atwood (@MargaretAtwood) July 6, 2020
We're all part of a flowing Bell curve. Respect that! Rejoice in Nature's infinite variety!
Usuários do Twitter tentaram argumentar com Atwood, dizendo que seus livros mostram claramente como mulheres são oprimidas por nascerem mulheres. A escritora respondeu apontando que outros fatores se acumulavam para que uma mulher fosse encaminhada para a vida de aia em "O Conto da Aia", por exemplo.
"No livro, elas precisavam ser: divorciadas (Gilead não permite o divórcio) e férteis, ou imorais (embora estas pudessem se tornar Jezebéis). As mulheres que só se casaram uma vez seriam esposas (com alto status social). Algumas poderiam escolher o celibato, e se tornar Tias ou Marthas", explicou.
"No livro, elas precisavam ser: divorciadas (Gilead não permite o divórcio) e férteis, ou imorais (embora estas pudessem se tornar Jezebéis). As mulheres que só se casaram uma vez seriam esposas (com alto status social). Algumas poderiam escolher o celibato, e se tornar Tias ou Marthas", explicou.
Of course they have been and are oppressed! That's covered in this Scientific American collection, as well. Nobody is saying that men and women are the same in all respects. Please read the actual pieces.— Margaret E. Atwood (@MargaretAtwood) July 6, 2020
A escritora respondeu a uma seguidora que dizia que ela era "melhor" que J.K. Rowling: "Bom, não é bem por aí também. Não sou 'melhor'. Pessoas diferentes são boas em coisas diferentes". "É preciso sempre entender os medos das pessoas. Muito dessa discussão parece ser sobre banheiros", escreveu ainda, se referindo à preocupação sobre mulheres trans usando banheiros femininos. "Há muitas formas inventivas de resolver esse problema. As pessoas são criativas, não são?".
"Também existem pinguins gays por aí. Existem pessoas e animais hermafroditas. O que o artigo que eu postei está dizendo é que sexo e gênero nem sempre estão juntos, e não são experimentados pelas pessoas da mesma forma. Acho que isso é inegável", completou.
"Também existem pinguins gays por aí. Existem pessoas e animais hermafroditas. O que o artigo que eu postei está dizendo é que sexo e gênero nem sempre estão juntos, e não são experimentados pelas pessoas da mesma forma. Acho que isso é inegável", completou.
Um, that also is not the case. I am not "better." Different people are good at different things. One must try to understand other people's fears. (So much of this seems to be about bathrooms. There are many inventive ways of solving the bathroom fears. People are creative, yes?)— Margaret E. Atwood (@MargaretAtwood) July 6, 2020
(Um, there are gay penguins. There are hermaphrodites.) What the piece is talking about however is that sex and gender don't always go together and are not experienced by all people in the same way. That appears to be undeniable.— Margaret E. Atwood (@MargaretAtwood) July 6, 2020