Existem dois capítulos intitulados por "Night" no livro The Handmaid's Tale - O Conto da Aia e, depois do episódio finale da primeira temporada levar esse título, agora é o episódio de estreia que se chama Night, na terceira temporada. A temporada anterior deixou boa parte dos fãs enfurecidos com a decisão de June de ficar em Gilead, o episódio de abertura da nova temporada dá os primeiros passos em explicar a decisão da aia, ela abre mão da liberdade em nome da Resistência.

A temporada começa com June abandonada na estrada, um monólogo narra a fuga de Emily e Nichole para fora o Canadá. A filha mais nova está a caminho da liberdade para que ela possa ter uma vida melhor, agora a mãe pode viver - ou morrer, como ela diz a Nick - por um propósito maior. Enquanto ela diz isso, "Nolite Bastardes Carborundorum" escrito na parede. June não vai deixar ser esmagada sem lutar. A terceira temporada, claro, mostrará essa luta.

Depois que a vã vai embora, June pega carona de Joseph Lawrence e vai direto para a casa dos Mackenzies para pegar Hannah. Mas ela é interceptada pela mãe adotiva de Hannah, que se sente igualmente ligada a menina reconhecidamente adorável. As mães violam as noções de classe de Gilead para ter uma conversa comovente sobre o tópico que conhecem melhor: os amores de Hannah, os hábitos de Hannah. Em suas mentes, ambas têm reivindicações iguais à palavra "mãe".

Essa cena variada explica exatamente o que torna a estrutura social da Gilead tão espinhosa. Mulheres - todas as mulheres, desde as aias até as Esposas no topo - pagam o preço. Há muitas mulheres que querem ser mães e não têm como. Então elas brigam sobre quem fica com a experiência da maternidade. Mais tarde, neste episódio, June tem uma interação similar com Serena, enquanto elas lutam pelo destino da bebê Nichole - que ambas afirmam ser mães.

E o amor quase evaporou da casa de Waterford, mais uma vez. O Comandante Waterford está tentando inventar uma história que os poupará da Parede. O plano de Fred mostra como ele também coloca suas necessidades individuais acima das necessidades do Estado - o que já era bem evidente desde a primeira temporada. Ele decide colocar toda a culpa do esquema em Emily, alegando que ela roubou a bebê Nichole e fugiu.

Serena está fora de controle - já era hora. Uma vez tão comprometida com a causa de Gilead, foi completamente rebelde. Perder um dedo como punição por lutar pela alfabetização faria isso com você. Fred promete que ele e a Serena de nove dedos podem "voltar ao que as coisas eram". Espertamente, ela não acredita nele.

Não, a nova Serena não está totalmente desapegada de qualquer coisa próxima de lealdade ao sistema, aos seus antigos relacionamentos. Mas acende cigarros, depois coloca a casa em chamas, "Burn, motherfucker, burn./ Queimem, filhos da puta, queimem." Quando a câmera foca em seu rosto, ela é enquadrada como uma super-herói.

Depois que a casa de Waterford é incendiada, June é levada ao Centro Vermelho para a sua tortura necessária. Então, ela é enviada para seu novo posto em uma casa isolada. Ela foi separada de Nick. Ela está sozinha agora. Do tom áspero de sua voz, sabemos imediatamente a identidade do novo Comandante de June: é o comandante Joseph Lawrence - sim, o que ajudou Emily e a filha de June. Ele é o personagem que, como June, parece estar constantemente reprimindo um sorriso. Eles respondem ao absurdo de sua situação com humor indecifrável.

Mesmo que June esteja presa e as coisas normalmente sejam ruins em Gilead, pelo menos alguém escapou, Emily chega ao Canadá; pelo menos uma casa de Comandante queimou.

Texto escrito para The Handmaid's Tale Brasil, reviews sempre às quartas, mesmo dia da entrada do episódio no catálogo do Hulu. Então, você percebeu algo que não está esclarecido aqui nessa review? Tem algo a acrescentar? Comente abaixo sua opinião sobre o episódio.