A atriz Ann Dowd criticou contrários ao aborto em uma entrevista divulgada na sexta-feira (31), falando contra a onda de projetos de lei que restringem o acesso das mulheres ao procedimento nos Estados Unidos.

"É absolutamente repugnante para mim", disse Dowd, que interpreta Tia Lydia em The Handmaid's Tale à Newsweek. "Vá à igreja e peça perdão: esse é o meu conselho para todos vocês que estão morrendo de vontade de acabar com os direitos das mulheres."

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A posição da atriz se torna ainda mais forte pelo papel que interpreta na ficção, a personagem de Dowd é uma figura autoritária que doutrina mulheres férteis em um sistema de escravidão sexual em que seu único valor reside em sua capacidade de reproduzir. Na vida real, Dowd participou das críticas às proibições ao aborto que surgiram em vários estados neste ano. "Estou furiosa sobre como a situação está sendo retratada."

Na quinta-feira, John Bel Edwards, governador da Louisiana, assinou uma lei para proibir abortos, uma vez que um batimento cardíaco seja detectado no embrião, ou seja, já em seis semanas. Medidas semelhantes foram aprovadas na Geórgia, Ohio, Kentucky, Mississippi e Missouri, embora um juiz federal tenha suspendido a proibição do Kentucky em março, alegando que pode ser inconstitucional.

Há menos de três semanas, um dos projetos de lei mais rigorosos de aborto foi sancionado pelo governador do Alabama Kay Ivey, que aprovou uma proibição quase total do procedimento, permitindo-o apenas quando a vida da mãe está em risco. A lei está prevista para entrar em vigor dentro de seis meses, mas provavelmente enfrentará desafios legais durante esse período, o que pode atrasar ou interromper completamente sua implementação.