Bruce Miller, produtor de The Handmaid's Tale e responsável por adaptar o livro de Margaret Atwood para as telas veio nesta quarta (4) ao Brasil para a conferência Rio2C no painel "Bruce Miller Apresenta The Handmaid's Tale".

Antes de sua chegada o Paramount Channel invadiu a Cidade das Artes com aias para promover a série, que teve seu 4° episódio exibido no último domingo. 

No evento, ele revelou que jamais imaginou que a série ganharia repercussão mundial, ao todo, a série foi indicada a mais de 40 prêmios do audiovisual. Miller também não esperava que a série se aproximaria tanto dos acontecimentos políticos dos últimos meses. “Sempre fui um escritor viciado em notícias de política, e na sala de roteiristas todo mundo acaba falando muito disso, o que de forma inconsciente interfere no processo de criação. As força que modelam a política atual são as forças que tentamos reconhecer e destacar no show”, completa.

Em uma infeliz coincidência, ele conta que a equipe e roteiro chegou a utilizar a expressão “make America great again” nos primeiros projetos de roteiro. Essa parte acabou de fora da série justamente porque, posteriormente, o jingle foi adotado por Donald Trump durante sua campanha presidencial.

“Outra coisa que fizemos foi gravar uma cena incrível de uma pessoa fugindo dos Estados Unidos para o Canadá para a primeira temporada, e duas semanas depois vimos uma notícia com refugiados em uma cena muito parecida”, lembra.



“Acredito que há um problema de storytelling, além de um problema de gênero. Como nessa série a questão de gênero, das relações de poder e do assédio é muito forte, era muito necessário que houvesse mulheres no time. Um exemplo muito prático é que mulheres olham para o corpo das mulheres de forma muito diferente de homens. Até na forma de pensar os planos e enquadramentos, elas não sexualizam o corpo feminino”, afirma. 

“Tenho uma política de não tolerar idiotas na equipe, o que na verdade é muito raro na indústria. Prefiro pegar um ator que não sabe atuar tão bem mas é legal, do que alguém com comportamento abusivo”, disse Bruce Com as crescentes discussões sobre assédio na indústria audiovisual, Miller foi categórico ao dizer que o critério moral é o mais importante para seus castings. 

“Tenho uma política de não tolerar idiotas na equipe, o que na verdade é muito raro na indústria. Prefiro pegar um ator que não sabe atuar tão bem mas é legal, e aí você consegue trabalhar para melhorar a performance dele, do que ter alguém idiota na equipe. Não dá para ter alguém com comportamento abusivo, pois a pessoa estraga o trabalho e a performance de todo o time”, avalia. 

Com um estilo de direção e roteiro mais livre, Bruce gosta de dar abertura para que atores possam colaborar nas etapas mais variados da produção – atriz Elizabeth Moss, que protagoniza a série, é também produtora de alguns episódios da primeira temporada. O produtor destacou as mudanças na função do showrunner com a chegada das plataformas de streaming e formatos mais flexíveis. 

“Hoje há tantas plataformas que o tamanho da equipe sob o guarda-chuva do showrunner é muito maleável. Você pode ter um showrunner que lida com dois roteiristas para poucos episódios ou um showrunner com equipes enormes de roteiristas, como em Game of Thrones. A escala hoje é muito mais variável pois há muitas periodicidades diferentes e tipos de histórias de acordo com cada periodicidade”, disse.

Veja algumas fotos do evento:

Foto: Instagram/ Reprodução

Foto: Rio2C/ Reprodução

Foto: Rio2C/ Reprodução

Foto: Rio2C/ Reprodução

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