Chegamos ao meio de temporada do quarto ano de The Handmaid's Tale, e que ano! Essa primeira metade de temporada já supera com folga as avaliações da terceira temporada no IMDb, alívio para os fãs. Chicago talvez seja um dos episódios mais fortes em atuação de personagens coadjuvantes, Madeline Brewer, Bradley Whitford e Ann Dowd ganham mais espaço.

Sobre coadjuvantes, destaco Dowd. É difícil decifrar a Tia Lydia agora, ela parece tentar pegar caminho para a Tia Lydia de Os Testamentos, mas continua remando contra. Até quando? Ainda assim, adorei ver um pouco mais do Centro Vermelho além da judiaria habitual das aias. Vemos mais tias, convivendo em uma sala de recreação. Ainda que elas tem essa sala, porque o quartinho 2 por 1 da Lydia deu dó.

O episódio começa com June lembrando de seu primeiro encontro com Luke, além de flashback, repeteco, essa cena já foi exibida na primeira temporada. Poderiam ter gravado outra? Claro, deveriam! June tem a lembrança da primeira transa consensual com Luke ao mesmo tempo que Janine e Steven gemem na cama do lado, ela se entregou mesmo... Não gostei. Em meio aos gemidos, som de explosões e tiros são ouvidos muito próximos do local, June tem um vislumbre pela janela. Quiseram economizar nos efeitos visuais? Bem que poderiam ter dado o vislumbre de Chicago apocalíptica a noite pra gente também.

A dupla Janine e June está no acampamento em Chicago há pouco tempo (um ou dois dias, talvez) quando parte para sua primeira missão de reconhecimento e comércio. Elas acabam em um encontro de troca em um museu, lugar para diferentes facções rebeldes trocarem comida, armas, bonés de beisebol e capas de aia que imediatamente colocarão alvos gigantes nas costas de quem vestir. Falando em Chicago, é uma pena que a série esteja indo rápido e permanecendo pouco tempo nos lugares em que passa. Passamos tanto tempo em Boston, para passar apenas dois episódios na fazenda e provavelmente (quase) três em Chicago.

Chicago é a "terra de ninguém" do livro que frequentemente é citada e que não está sob o controle de Gilead. Eu esperava, como June, que a resistência, ou parte do Mayday, estivesse presente em Chicago. Mas nos enganamos, Steven menciona os Nighthawks, uma equipe de atiradores que abate soldados de Gilead, não propriamente o Mayday. Então, o que mais existe? Quantas facções existem? Além dos ataques a trem, que métodos eles estão empregando para lutar contra Gilead? Há comunicação com o governo americano no exílio? O mundo que Atwood projetou é tão rico, complexo e vasto, por que não nos mostrar mais? Talvez o Mayday como organização seja só uma lenda urbana inventada para levar esperança para quem resiste?! 

June decide trocar de acampamento e buscar por quem luta contra Gilead. Janine, em um primeiro momento, decide ficar com Steven. Eu preferiria isso, a despedida foi a altura e ela não precisava ter corrido atrás de June, que está sentindo o peso de liderar a resistência.

Temos trocas por toda parte neste episódio, pequenas e grandes, como o boné dos Cubs pelas roupas de aia e toda a informação quente de Tia Lydia em troca do assento de Lawrence à mesa. De volta à Gilead, os mesmos corvos estão pairando sobre a carne podre. Comandante Lawrence, Nick e Tia Lydia são um pequeno triângulo de romance e traição. É engraçado.

Lawrence quer um pouco de poder de volta - seja pelo pouco de regalia que tinha ou para ajudar June por dentro, ele parece indeciso. Nick quer usar seu poder para ajudar June a ficar em segurança. Tia Lydia quer suas garotas de volta. Então, eles fazem uma negociação tripla. Tia Lydia contará a Lawrence os podres dos outros Comandantes, que ele pode usar para retornar ao conselho. Lawrence vai dar a ela June, quando e se ela for encontrada e capturada. Mas, ao mesmo tempo, Lawrence está trabalhando com Nick para pedir um cessar-fogo em Chicago para ajudar June a escapar em segurança. Nick vota contra o cessar-fogo na primeira vez, nada surpreso. Lawrence acaba sendo readmitido ao conselho, ele chega a um acordo com os Comandantes para permitir que as ONGs entrem em Chicago durante o cessar-fogo, mas antes, um bombardeio deve ser executado por Nick. Lawrence está jogando sujo, como seus companheiros.

Assim que June e Janine chegam ao posto de controle (um posto de controle da resistência, aparentemente), elas veem que o posto foi abandonado. Refeições foram deixadas para trás e isso levanta suspeitas em June. É aí que as bombas lançadas por Nick começam a cair. Mas elas tem sorte, dada a circunstância. Parabéns a equipe de efeitos visuais, belo trabalho nesse episódio. Produtores de design também.

Pós-explosão, June acorda tonta chamando por Janine. E quem aparece em meio a fumaça? Moira, a melhor amiga de June antes de Gilead e que conseguiu fugir ao Canadá. Sorte? Claro! Nos episódios anteriores, a nova namorada de Moira, Oona, convidou Moira para ajudar nas missões de ajuda na fronteira, ela aceitou e aqui estamos. Chorando ao som de "Fix You", lindamente interpretada por Fearless Soul.

Preciso pontuar aqui que Samira Wiley deve ser indicada ao Emmy pela quarta vez por seu papel como Moira, está dando um show como sempre, ainda mais profunda. Eu esperava menos do episódio mais curto da temporada, me surpreendeu. Mas agora, onde está Janine?

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