Desde que estreou em 2017, a série The Handmaid's Tale, além de ter atraído um bom número de assinantes para o Hulu, inspirou vários debates ao redor do mundo, esses vingando em artigos acadêmicos que abordam os mais diversos assuntos que a série oferece espaço para serem debatidos.

Aqui no Brasil, há vários trabalhos publicados sobre, fazendo uma rápida pesquisa em revistas eletrônicas respeitadas e pelos sites de universidades encontra-se facilmente trabalhos do gênero. Selecionamos abaixo alguns que merecem serem lidos até mesmo para uma compreensão mais profunda e especializada de The Handmaid's Tale, tanto do livro, quanto da série.

The Handmaid's Tale: A Representação Da Mulher Na Série E A Proximidade Com A Realidade Brasileira

Autores: Yasmine Feital, Yasmin Winter, Fanny Souza e Felipe Viero Kolinki Machado
Instituição: Universidade Federal de Ouro Preto
Disponível em: <acesse esse link>

Resumo: Uma distopia de intensa repressão às mulheres. Um país onde elas são julgadas e, mesmo com avanços, ainda sofrem todos os dias com a misoginia do patriarcado. Foi pensando na possível relação entre Gilead, a república retratada na série The Handmaid’s Tale (HULU, 2016) e as políticas de proteção à mulher que não são efetivas no Brasil, que foi proposto avaliar essa proximidade. Para isso, foram selecionados assuntos pontuais do programa, livros, artigos e reportagens e depoimentos publicados no país entre 2012 e 2017. Com as relações propostas e trabalhadas, foi possível perceber que existe grande familiaridade entre as políticas da distopia e do Brasil atualmente.

Competência Midiática: O Ativismo Dos Fãs De The Handmaid's Tale

Autores: Daiana Sigiliano e Gabriela Borges
Instituição: Universidade Municipal de São Caetano do Sul
Disponível em: <acesse esse link>

Resumo: A competência midiática envolve o domínio de conhecimentos, habilidades e atitudes dos indivíduos em relação ao conteúdo. Nesse sentido, o fenômeno contribui para a autonomia e o desenvolvimento da capacidade crítica dos cidadãos. A partir deste aporte teórico, este artigo tem como objetivo analisar as dimensões da competência midiática que estão em operação nos protestos organizados pelos fãs de The Handmaid’s Tale. Conclui-se que, a partir do universo ficcional da trama, os telespectadores ávidos se engajam em prol dos direitos das mulheres e da igualdade de gênero.

Vestir Identidades: Uma Leitura de The Handmaid’s Tale, de Margaret Atwood

Autores: Márcia Lemos
Instituição: Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Portugal)
Disponível em: <acesse esse link>

Resumo: Não há resumo para essa obra.

A visão distópica de Atwood na literatura e no cinema

Autores: Eliane Amaral Campello
Instituição: Universidade Federal de Pelotas
Disponível em: <acesse esse link>

Resumo: O presente trabalho retoma a leitura comparativa realizada durante o "Ciclo de cinema canadense", promovido pelo Núcleo de Estudos Canadenses/Fundação Universidade Federal do Rio Grande — NEC/ FURG, entre o romance The Handmaid’s Tale (1985), de Margaret Atwood, e sua adaptação para o cinema, por Harold Pinter (1990). Entre as inúmeras interfaces existentes nesses dois campos culturais, saliento os valores que a autora tematiza na sua República de Gilead, a partir do fato de que a maioria das mulheres se tornaram estéreis. As atitudes do "comando" contra o estatuto dos direitos da mulher informam a visão distópica de Atwood. Na passagem do texto literário para a tela, entretanto, há aspectos relevantes, caracterizadores dessa distopia, que são totalmente desconsiderados. Nessa perspectiva, examino a influencia da narrativa encaixada na sua relação com a narradora e a presença do espaço canadense, elementos essenciais na obra literária, em contraponto ao "final feliz" da versão para o cinema.

Vozes Sociais E Relações De Poder Em The Handmaid's Tale

Autores: Relines Rufino de Abreu
Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora
Disponível em: <acesse esse link>

Resumo: Este artigo pretende investigar as relações entre as vozes sociais e as manobras do poder opressor presentes no romance The Handmaid’s Tale (1985), de Margaret Atwood. Pertencente ao gênero literário Distopia, essa produção incita discussões, como as feitas aqui, acerca das estratégias de poder utilizadas pelo governo representado na obra e as formas de resistência que os personagens encontraram para lutar e sobreviver em meio ao caos.

O piloto na era das narrativas complexas: The Handmaid’s Tale e a poética do primeiro contato

Autores: Thiago da Silva Rabelo
Instituição: Universidade Estadual de Goiás
Disponível em: <acesse esse link>

Resumo: A presente proposta visa analisar aspectos próprios de um piloto tendo como ênfase séries contemporâneas produzidas para televisão e internet. Assim, The Handmaid’s Tale (2017-), ficção distópica desenvolvida pela Hulu, surge como objeto de análise, ao passo que partimos daquilo que fala Mittell (2015) e Bordwell (2008) para traçarmos as principais características visuais, sonoras e narrativas de seu primeiro episódio, reafirmando, assim, sua posição enquanto modelo referencial para um piloto.

O Momento Histórico Das Distopias

Autores: Pedro Felipe Martins Pone
Instituição: Universidade Federal Rural do Semi-árido
Disponível em: <acesse esse link>

Resumo: Em texto intitulado “Utopia with no topos”, Zygmunt Bauman (2003) afirma que a relação entre o desenvolvimento industrial e o nacionalismo era parte do imaginário da modernidade sólida, isto é, do momento no qual o capitalismo industrial dava seus primeiros passos na Europa. Essa foi, também, uma era muito importante na literatura utópica, pois o desenvolvimento das forças produtivas nos fôlegos iniciais do capitalismo ainda apresentava uma perspectiva de ascensão social e qualidade de vida nunca antes vistos. Contudo, uma vez que os lucros dos grandes capitalistas foram superando em importância o desenvolvimento dos homens e mulheres, os dois pilares das forças produtivas – o ser humano e o desenvolvimento tecnológico – entraram em crise. A distopia seria o gênero literário correspondente a esse desequilíbrio, que nos traz perspectivas de olhar para o passado de maneira nostálgica e, como veremos em The Handmaid’s Tale, de Margaret Atwood e em Never Let Me Go, de Kazuo Ishig