A primeira temporada de The Handmaid's Tale termina em um cliffhanger em que Offred está sendo acompanhada da residência do Comandante após uma rebelião que ela começa quando se recusa a executar uma outra aia. O final da temporada compartilha o mesmo final do romance, o que significa que a série vai além do livro para a segunda temporada, que será lançada em abril.

O criador da série, Bruce Miller, falou com Kate Stanhope, do The Hollywood Reporter, sobre o que esperar da segunda temporada, indo além do romance e da colaboração com Atwood, como as questões políticas e sociais atuais estão afetando o show e o impacto cultural da série.

Quanto as gravações da segunda temporada: "Parece que estou grávido. Analogia perfeita. Estamos filmando os episódios cinco e seis. Nós filmamos dois de cada vez, então estamos em algum lugar na metade da temporada e as filmagens vão maravilhosamente bem."

"Quero dizer, acho que as pessoas ficaram realmente orgulhosas da série e orgulhosas do trabalho que fizemos antes disso, isso foi apenas uma adição incrivelmente maravilhosa para esse sentimento." Fala sobre a emoção em todas as premições e indicações da série e, completa dizendo que não tiveram tanto tempo de pensar nisso, já que imediatamente após o Emmy começaram a produzir a segunda temporada.

Sobre a pressão em manter a excelência da primeira temporada: "[...] nós fizemos a primeira temporada e somos as mesmas pessoas que fazem a segunda temporada, então espero que possamos fazer o que fizemos no ano passado para tornar algo interessante e legal. Eu acho que a coisa mais difícil foi apenas a ideia de tentar superar o que você fez na primeira temporada, que é uma tarefa errada; Você está apenas tentando continuar a história."

Quanto a eleição de Trump, que não tinha se consumado na primeira temporada: "Eu acho que certamente afetou todos os escritores, atores e diretores - todas as pessoas da parte criativa - mesmo que de forma não tão aparente. Ouvimos durante a exibição da primeira temporada como as pessoas imaginavam seu mundo e como isso afetou sua experiência no série. Todas essas conversas foram fascinantes, porque essa é a perspectiva que você não consegue quando é alguém que trabalha na produção - a perspectiva de alguém que está apenas assistindo na TV pela primeira vez.

Sobre a conexão da série com a realidade, Miller comenta que o objetivo é mostrar a vida de June e a nação cruel em que vive, em nenhum momento buscam relacionar o drama com a realidade, ainda que quando isso acontece não seja um problema para ele.

Ainda conta que ao ler o livro de Margaret Atwood pela primeira vez ficou aterrorizado sobre como Gilead se instaurou e como isso pode acontecer facilmente. A continuação de The Handmaid's Tale já era esperada na produção da primeira temporada, a vontade e ideias estão partindo de Margaret Atwood que tem bastante voz nos roteiros.

Sobre adaptações do livro: "Sim, fizemos muitas. Algumas maiores, outras menores. Há algo no primeiro episódio onde as aias executam um homem. E no livro, Offred não fez parte disso. Ela ficou de pé e deixou todas fazerem isso por causa de onde ela estava no livro. Aconteceu muito tarde no livro, movi isso para antes, Offred está junto ao grupo. Pode não parecer uma grande mudança, mas há uma grande diferença entre seguir seu personagem principal com quem você deveria simpatizar, a quem você deveria acompanhar por 10 episódios - ela testemunha um assassinato ou comete um assassinato? Nós decidimos que ela cometeu um assassinato. Essa é uma decisão muito diferente e certamente conversamos com Margaret sobre isso. Era principalmente só eu, e eu tinha muitas discussões com meus parceiros e MGM sobre isso. O que pareceu poucas mudanças são grandes mudanças de personagem quando você pensa sobre isso. Eu acho que a história que realmente me deixou mais confortável foi o que aconteceu com a personagem de Alexis Bledel, Emily. Ela simplesmente desaparece no livro, ouvimos que ela cometeu suicídio, mas nós não temos certeza. E também a história do lado de Luke da fuga. No livro, Offred está ponderando todo tipo de futuros diferentes para Luke, há memória, crença, perda e todas essas coisas, mas ela não sabe o que aconteceu. E mesmo no script do livro, não descobrimos o que aconteceu com Luke. Nós decidimos que íamos tentar contar essa história, foi notável. Nosso público estava muito aberto e curioso sobre isso,  foi uma experiência maravilhosa. E descobrimos que o próprio mundo traz muito drama com ele, então você pode se mover um pouco para os pontos de vista de outros personagens. A série, em maior parte, é do ponto de vista de Offred. É o Conto da Aia. Mas é bom saber que você pode mudar quando precisa."

Quanto ao uso da agressão sexual de forma bastante exposta, ele diz que é algo fundamental para a compreensão do drama, mesmo que seja terrível.